quinta-feira, 9 de abril de 2015

O Tarô me confirmou

Eu sou da firme convicção de que todos têm a possibilidade de moldar sua
existência, de trazer à tona seu potencial latente, e de dar um sentido
às suas vidas.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Casos engraçados na leitura do tarô

A bibliotecária travessa

Eu abri o tarô uma vez para uma moça que se sentou silenciosamente em frente à minha mesa, vestindo uma blusa abotoada em estilo conservador com um cardigan, óculos e sem maquiagem. Ou seja, era como se fosse uma bibliotecária estereotípica. Sua pergunta era sobre seu relacionamento, pois seu namorado não gostava que ela "ficasse trabalhando o tempo todo". As cartas não paravam de me trazer coisas como enganação, relações extra-conjugais, etc, mas isso tudo não fazia o menor sentido, pois estava claro que o namorado a amava muito, e ela parecia gostar muito dele também. Finalmente, não aguentei e lhe perguntei o que fazia. Ela disse: "eu faço pornografia na internet". Então, entendi o porquê de seu namorado estar um pouco infeliz. 

- HighlandWench 

 

Texto original em inglês. Disponível em: <<http://paganwiccan.about.com/u/ua/tarot/WorstTarotStories.01.htm>>

 

 

sexta-feira, 27 de março de 2015

O Baralho Lenormand “Die blaue Eule”

Dentre as cartas de adivinhação de Marie Anne Adélaide Lenormand, as cartas do baralho “Die blaue Eule” se encontram entre as mais populares e difundidas de todas. Quem pretende jogar Lenormand não deve deixar passar este baralho tão original. O deck consiste em 36 cartas.

As cartas Lenormand servem particularmente bem para a consulta em todos os campos interpessoais. Além disso, elas nos fascinam com seu maravilhoso visual no estilo Biedermeier. De qualquer modo, as cartas Lenormand não foram criadas por Madame Lenormand, e nem por ela utilizadas; ela cumpriu, no máximo, o papel de nomeadora. A quem venha a interessar, Madame Lenormand lia as cartas Petit Etteilla.

O baralho Lenormand com o símbolo da coruja azul (Die blaue Eule) é tido como o ‘original’ dentre todos os outros. Na variante “Die blaue Eule”, que se caracteriza por possuir no verso das cartas uma coruja e padrões de cor azul, ainda se encontra adicionada a cada carta a representação de uma carta de baralho, que com seu desenho, se correlaciona com a consulta. Em sua prática, alguns cartomantes que trabalham com o baralho da coruja azul interpretam adicionalmente o elemento de baralho contido nas cartas. Cartomantes que não o fazem assim não extraem significado algum das imagens de baralho nelas presentes. Assim, o visual do verso das cartas dos baralhos das corujas azul, vermelha e branca serve como elemento de distinção entre os mesmos.

 

Fonte: http://www.lenormand-karten.info/ (texto original em alemão)

 

quinta-feira, 26 de março de 2015

Cartomancia, meu novo hobbie

Faz bastante tempo que não posto nada aqui. Desde minha última postagem, posso dizer que tenha mudado tanto como pessoa, que me encontro em um estado irreconhecível de transformação, em sua maior parte, para melhor. Relacionamentos vieram e foram, passei por decepções que me abriram muito os olhos e a cabeça para a vida, me aproximei mais de meus pais, e graças a todas essas experiências, posso dizer que em muitos campos da vida eu esteja mais evoluído. Porém, algo que nunca mudou em mim foi o interesse pelo oculto e tudo que sempre foi condenado pelo cristianismo. Talvez por ter vindo de uma família deveras religiosa, meu espírito rebelde sempre se sentiu instigado para conhecer o que me diziam ser "proibido" sob alegação de pertencer a "Satanás". Esta paixão começou desde que eu aprendi a ler, mas se materializou quando eu tinha 6 ou 7 anos de idade. Meu primo e melhor amigo na época chegou, certo dia, falando de horóscopo para mim, afirmando ser de leão e que eu, talvez, fosse de peixes. Ficamos por um tempo discutindo, pois eu também queria ser de leão, já que, em minha mente infantil, este era um animal mais "legal" do que peixes. Nada a ver, é claro. Ele é aquariano, e eu, virginiano. Talvez ele só estivesse querendo puxar assunto, mas rendeu uma grande descoberta para a minha vida: a astrologia. Horas depois de nossa conversa esotérica de 5 minutos, a primeira nesta minha vida, me dirigi à minha mãe ingenuamente e lhe perguntei seu signo, o que foi recebido pela mesma com grande alarde, pois astrologia e qualquer prática de adivinhação são condenadas por sua religião. Assim se deu o nascimento de meu grande interesse por horóscopo: nunca aceitei verdades sem questioná-las, fosse de meus pais ou de qualquer outra pessoa. Sempre fui extremamente curioso, e proibições sempre me atiçaram a investigar seus porquês e o que havia por trás delas. Não demorei muito a olhar, sempre discretamente, tudo relacionado a horóscopo cada vez que acompanhasse um de meus pais ou tios à banca de jornal. Enquanto eles olhavam o que lhes era de interesse, ficava eu a absorver tudo que fosse do meu.
Quando fiz 8 anos, comecei a me interessar por animações japonesas, e uma de minhas favoritas era "Sakura Card Captors", que contava a história de uma menina que possuía cartas com poderes mágicos, e as utilizava para procurar e caçar outras que estivessem espalhadas pelo Japão. Na minha época, este desenho animado havia se tornado uma febre entre as crianças da minha idade. Tanto que, na manhã do dia 11 de setembro de 2001, sem ao menos tentar compreender a gravidade dos acontecimentos que se haviam dado nos Estados Unidos, eu e meus colegas de escola ficamos indignados porque a "Sakura", nosso desenho animado favorito, não fora exibida na TV aquele dia.
Uma vez, quando ganhei de mesada R$10,00 de minha avó, resolvi comprar algumas revistas relacionadas a animações japonesas que eram populares entre meus amigos na época, em especial a revista Henshin. Naquela época, era possível comprar 3 revistas com esse valor, e eu não me demorei a gastar toda a "fortuna" que vovó me houvera concedido em revistas. Uma delas tratava justamente da "Sakura", meu desenho favorito: explicava de onde viera a inspiração para as cartas apresentadas no desenho, dentre outros assuntos relacionados ao mesmo. Aquele dia, havia me aventurado sozinho até a banca de jornal, e me deparei com uma péssima surpresa ao chegar em casa: minha avó e minha mãe estavam me esperando na cozinha, onde ficava a entrada de casa, sentadas com ar de superioridade, e as primeiras palavras a mim dirigidas por vovó foram as seguintes: "Mostre para mim o que você comprou.".
Eu, instantaneamente, entrei em pânico e me desatei a correr para a sala com a sacola de revistas na mão. Não que eu tivesse comprado algo de errado, mas tinha certeza de que elas implicariam comigo por motivos religiosos. Afinal, tudo que eu gostava era "do diabo". Todos os meus gostos eram satanizados de algum modo, o que me irritava profundamente e diminuía minha autoestima cada vez mais. Porém, desta vez, não escapei ileso. As duas vieram atrás de mim, me seguraram, e, em meio a pontapés desesperados vindos de mim, conseguiram me arrancar a sacola das mãos e se puseram a ler minhas revistas enquanto eu me sentava no sofá aos prantos. Minha mãe abriu justamente a página que falava que as cartas da "Sakura" eram inspiradas nas cartas de tarô. Pronto, encontrava-se arruinada minha diversão matinal: fui proibido de assistir a esse desenho demoníaco, "obra do próprio Satanás para desviar a atenção das crianças das coisas de Deus".
Foi então que, após furtivamente recolher minhas revistas em um momento em que se encontravam ambas distraídas, li a reportagem e fiquei mais interessado na "Sakura" ainda. Afinal, o que era tarô? Estava tudo na reportagem. A redação havia, inclusive, entrevistado uma taróloga profissional, que lhes concedeu uma breve explicação quanto à natureza e utilização das cartas de tarô e sua relação com as da "Sakura". Foi o suficiente para que eu guardasse, em meu coração, uma profunda curiosidade quanto às cartas, e que viesse, anos mais tarde, a pesquisar mais sobre as mesmas. Voltei a assistir a "Sakura" escondido todas as manhãs. Ficava na casa de minha avó enquanto minha mãe estava no trabalho, e essa, por sua vez, ficava sempre ocupada com seus afazeres. Era a situação perfeita para que eu desfrutasse por completo de meus prazeres televisivos matinais sem ser incomodado por ninguém.
Passados os anos, aqui estou eu, homem crescido, estudando e trabalhando, morando sozinho e longe de minha família. Guardo em meu coração certa nostalgia quanto aos tempos em que estava sempre na "casa da Vó Maria", tempos muito bons da minha vida. Se sou o que sou hoje em dia, é grande parte por conta das curiosidades que me foram geradas quando criança.
Vou, afinal, entrar no assunto principal desta postagem: no fim do ano passado, aproveitando o começo das férias e tentando ocupar a mente para não pensar muito no fim de um relacionamento, que ainda me causava grande dor no peito, resolvi começar a aprender o tarô. Totalmente leigo, fui a uma loja esotérica no centro da cidade procurar por um baralho para começar. Acabei por escolher um baralho Lenormand, que de tarô nada possui, mas é igualmente - senão mais - peculiar e interessante. A confusão veio pelo fato do baralho ser conhecido como "tarô cigano" no Brasil, e por estar posto à venda junto com os baralhos de tarô. Me encantei pelas imagens e pelo design e trouxe um Petit Lenormand para o meu quarto, achando que se tratasse de tarô. Descobri, mais tarde, que todo o material de estudo do tarô que eu houvera baixado da internet se mostrava inútil diante daquele baralho que eu comprei aquele dia. Foi assim meu encontro com o Lenormand: por meio de pesquisas na internet para entender o que se achava em minhas mãos, leitura ávida de material relacionado ao mesmo, visualização de vídeos explicativos e participação em um fórum, passei a utilizar o sistema Lenormand de cartomancia para refletir diariamente sobre mim mesmo ou ler a sorte de pessoas à minha volta. Esta está sendo uma experiência muito interessante, o nascimento de algo novo na minha vida. Gosto do Lenormand porque ele me lembra muito uma linguagem, se assemelha muito a um código, e me lembra muito certos aspectos da escrita chinesa. Tanto tenho desfrutado de tal experiência, que decidi traduzir informações sobre os diversos baralhos Lenormand e postá-las em algum lugar. E é aqui que me ponho a iniciar tal atividade: hoje, no ócio de meu estágio, traduzi do alemão algumas informações sobre um baralho Lenormand bastante utilizado na década de 1920, as quais serão colocadas provisoriamente nesta página, até que eu decida - ou não - o que fazer com as mesmas.

Segue abaixo minha tradução de hoje:

"O Baralho de Lenormand 'Die rote Eule'

O baralho de Lenormand 'Die rote Eule' (coruja vermelha, em português) pertence às confecções clássicas de Lenormand, cuja história começou em 1920. Incontáveis baralhos bonitos surgiram no decorrer dos anos. O 'Die blaue Eule' (coruja azul) e o 'Die rote Eule', de qualquer modo, são os baralhos de uso mais comum. O 'Die blaue Eule' goza de uma popularidade maior, e foi usado por inumeráveis cartomantes, fosse por meio da cartomancia profissional, ou simplesmente para lazer. O 'Die rote Eule', entretanto, caiu cada vez mais em descrédito, pois em contraste com o 'Die blaue Eule', não se encontram nas cartas imagens do baralho convencional, mas sim um verso relativo à sua interpretação, que, de acordo com muitos cartomantes, não representa mais a contemporaneidade. Além disso, muitas consultas conseguem, por meio da representação do baralho convencional contida em cada carta, algumas informações extras que estariam ocultas na interpretação das cartas.
Assim sendo, o clássico baralho Lenormand encontra-se ainda sob um grande potencial de mutações. Veremos o que o futuro nos traz. Um(a) cartomante que, de qualquer forma, acaba por decidir utilizar o 'Die rote Eule', obviamente não possui dificuldade alguma em se transportar para os gloriosos anos vinte da Alemanha. É um trunfo para todos os nostálgicos entre os cartomantes. O design e as imagens das cartas do 'Die rote Eule' são, de qualquer modo, idênticos às do 'Die blaue Eule'.


Fonte: http://www.lenormand-karten.info/ (texto original em alemão)"

Espero melhorar, doravante, minhas habilidades de tradução ao mesmo tempo em que aprendo mais sobre os diversos baralhos Lenormand. Afinal, conhecimento nunca é demais, e mesmo que eu venha, um dia, a me desapegar da cartomancia, o conhecimento linguístico que por sua prática me está sendo concedido ficará. E por isso, serei sempre grato.